segunda-feira, 31 de agosto de 2015

"O vazio é uma possibilidade, uma lacuna a ser preenchida, um espaço para uma decoração nova. Precisamos de páginas em branco para que nasçam poemas, de recipientes disponíveis, de um coração espaçoso, de uma alma livre, de uma mente aberta. O vazio só existe para os desapegados, para os que suportam e celebram o silêncio que possibilita-nos ouvir os sussurros da intuição e não os gritos infantis dos desejos imediatos."

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

...Clarice Lispector...

* Clarice Lispector *
Clarice, veio de um mistério, partiu para outro.

Ficamos sem saber a essência do mistério. Ou o mistério não era essencial, era Clarice viajando nele.

Era Clarice bulindo no fundo mais fundo, onde a palavra parece encontrar sua razão de ser, e retratar o homem.

O que Clarice disse, o que Clarice viveu por nós em forma de história em forma de sonho de história em forma de sonho de sonho de história (no meio havia uma barata ou um anjo?) não sabemos repetir nem inventar. São coisas, são jóias particulares de Clarice que usamos de empréstimo, ela dona de tudo.

Clarice não foi um lugar-comum, carteira de identidade, retrato. De Chirico a pintou? Pois sim.

O mais puro retrato de Clarice só se pode encontrá-lo atrás da nuvem que o avião cortou, não se percebe mais.

De Clarice guardamos gestos. Gestos, tentativas de Clarice sair de Clarice para ser igual a nós todos em cortesia, cuidados, providências. Clarice não saiu, mesmo sorrindo. Dentro dela o que havia de salões, escadarias, tetos fosforescentes, longas estepes, zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas, formava um país, o país onde Clarice vivia, só e ardente, construindo fábulas.

Não podíamos reter Clarice em nosso chão salpicado de compromissos. Os papéis, os cumprimentos falavam em agora, edições, possíveis coquetéis à beira do abismo. Levitando acima do abismo Clarice riscava um sulco rubro e cinza no ar e fascinava.

Fascinava-nos, apenas. Deixamos para compreendê-la mais tarde. Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice.

(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 20 de outubro de 2012

A Mágoa Dói


A Magóa Dói

A mágoa é um sentimento triste e pesado.
É sentimento que dói, que machuca, que fere.
A mágoa faz com que fiquemos remoendo e remexendo
aquilo que nos causou sofrimento.
A mágoa surge em algum momento,
quando alguém nos fere com palavras ou atitudes,
e não conseguimos perdoar. Aquele que fere, que ofende
e não respeita o seu próximo, não aprendeu ainda o que é sentir o amor,
de que tanto nos falou o Mestre Jesus, há mais de dois mil anos atrás.
Assim, diante de uma situação dessas,
não deixemos que esse sentimento nos envolva,
pois a mágoa prejudica apenas aquele que a sente,
pois nos impede de sermos felizes,
de caminharmos e descobrirmos quão maravilhosa é a vida.
Usemos do antídoto contra a mágoa: o perdão,
lembrando que aquele que fere, nem sempre sabe o que faz,
e ainda assim, chegará o dia em que sua consciência o acusará,
mostrando a ele os seus erros, os quais terá de reparar um dia.
Busquemos pensar somente nas coisas boas, nos sentimentos nobres.
Não permeneçamos agarrados à mágoa,pois trata-se de uma carga
pesada demais para carregarmos sobre os nossos ombros, além de ser inútil.
Digamos que é um peso morto, que nada nos acrescentará.
Perdoemos e não olhemos para trás.
Peçamos ajuda ao nosso Pai misericordioso
porque Ele não nos abandona jamais.