quinta-feira, 4 de outubro de 2007

(°!°) Despedida /(°.°)\

Se vais partir,
Não me toques, para que não leves meu bálsamo
em tuas mãos.
Toma, leva contigo a minha alma, ela é tua.
Já não tem luz.
Mas não me toques mais!
Toma. leva contigo o meu sudário
Para que olhes o sofrimento que deixastes no meu rosto.
A mim só resta o caminho das pedras,
onde meus pés descalços sangrarão tua falta.
Mas não leves o meu cheiroToma,
leva o meu olhar, sufocado no pranto açoitado
pela dor que flagela o meu corpo.
deixa comigo o teu rastro para que eu siga,
arrastando comigo apenas meu bálsamo
E por onde eu passar,
Ele exalará o perfume de uma saudade
uma dor que a fatalidade da vida,
sem dó nem piedade, transformou nosso amor.
Não me tocas mais...Não estais mais aqui...
O que restou de nós foram apenas lágrimas
que descem cegando meus olhos,
queimando meu rosto,
deixando a marca de uma saudade desdita,
em meus versos amargurados pelo tempo.
Não me tocas mais...
(Soraya Fialho Felix)

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Libertando Pássaros...

Criança arteira e sem miolos
Era assim eu com meus 6 anos
A jogar bola em um cortiço
Causando pros vizinhos muitos danos

Um dia jogando bola no quintal
Acertei sem querer uma gaiola
O passarinho bateu asas e fugiu
Voou pra longe, foi-se embora

O dono do pássaro quando chegou
Veio como fera tirar limpo a estória
E eu assustada sem os pais por perto
Fiquei chorando com o furo na bola

Cortou com facas o meu brinquedo
Despedaçou sem dó pra de mim se vingar
Fiquei magoada e jurei que um dia
Faria não só um, mas todos os outros voar

E esperei com calma o grande dia
O malvado tinha saído pra jogar no bicho
Tinha deixado uma arapuca pra pegar pardal
Matava os pobrezinhos na nuca com um estalido

Era daqueles trastes ruim mesmo
Jogava água fervendo no couro dos gatos
Gostava de fazer os bichos sofrerem
Era por certo um estúpido, um otário

Mas tinha por certo muito cuidado
Com os passarinhos que lhe faziam lucrar
Os pobrezinhos cantavam a tristeza
Eram pássaros bem caros que eu iria soltar!!!

E lá foi ele pra venda do seu Zé
Que boa oportunidade pra eu não perderPensei:
é hoje não passa a minha vingança
Libertadora de passarinhos iria ser

E sem dó fui pegando gaiola por gaiola
Era na faixa de doze passarinhos
Abri a porta da liberdade pra cada um deles
Só um não saiu, preferiu ficar guardadinho

Meti a mão dentro da gaiola pra libertá-lo
Mais esse tava mesmo com medo do desconhecido
Entendi, pois tinha alpiste e o que precisava
Acostumou-se com o canto reprimido

Vi todos voando livre no espaço
Feliz da vida pois tinha percebido
Que pássaro de gaiola não voa, mas pula
De um canto pro outro preso e entristecido

Fiquei tão maravilhada com a minha peraltice
Que mal vi o bastardo de mim se aproximar
Tinha ódio nos olhos e balbuciava
Menina disgramenta eu vou te matar!!!

Me pegou pelo pescoço e foi apertando
Já perdia o fôlego, já não tinha mais ar
Ia desfalecendo nas mãos do meu algoz
Quando o irmão dele gritou pra me soltar

O bicho tava doido feito gato selvagem
Da boca se via até baba caindo
Viu seu belo dinheiro no céu livre voando
E eu escondendo o rosto feliz ainda sorrindo

Ainda hoje quando ele raro me vê
Lembra de mim como a soltadora de seus pássaros
Já eu lembro disso também, mas não me esqueço
Do meu brinquedo “a bola” que me tirou o desgraçado!!!

Desde aquele dia prometi a mim mesma
Que gaiolas jamais fariam parte de minha vida
E quando quisesse ouvir o canto dos pássaros
Abriria a janela e escutaria além da cortina....

Recado ao algoz:
Desculpe pela peraltice, mas a culpa foi dos passarinhos,
como estavam há tempos no teu cativeiro,
pensei que não soubessem voar sozinhos,
mas logo que abri a porteira da liberdade,
os bichos bateram asas e voaram,
eu disse pra eles voltarem,
mas preferiram as cores do ceu à do teu alpiste,
que culpa tenho eu???????

(Savitri-Recanto das Letras)
Pessoinhas queridas, não escrevi este texto,
mas ele é a cópia fiel de uma passagem da minha infância...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Tempo...

"Há tempo de plantar e tempo de colher", diz Salomão em Eclesiastes.
Existe momentos em que o guerreiro desembainha sua espada e parte para o combate. Mas existe momentos em que é preciso ter paciência...sentar...relaxar...rezar...
As coisas virão no seu devido tempo. Não se preocupe.Não adianta ficar andando de um lado para o outro. Não adianta parecer ocupado, ou iludir-se com a sensação de que está fazendo alguma coisa. Não adianta forçar um aprendizado novo.
No intervalo entre um combate e outro, o Guerreiro fuma seu cachimbo e espera...
Se não agir assim, seus olhos não poderão enxergar os sinais de DEUS e todos os mapas capazes de guiar seus passos podem passar desbercebidos...
(Paulo Coelho)