terça-feira, 5 de maio de 2009

Quando escrevo...


Quando escrevo
não sei onde chegar.
Percebo o ponto
ao ultrapassa-lo.
O excesso me equilibra.


Reflito-me nos


espaços vazios


entre os poemas.
Nunca nos versos.


Invejo a ausência,
somente o vazio não tem um dono.
O resto é criação de alguém.


Incansável,
procuro pelas palavras
que me inventaram.
Sou órfão de letras.


Desconfio da expressão correta,
do poema exato.
A escrita engana,
inexiste palavra verdadeira.


Como encontrar uma copia fiel?
Como imitar com perfeição?


Tudo que escrevemos e falamos
é imitação.
Só o silêncio é original.



(Fernando Palma)



2 comentários:

Lucia disse...

Oi minha querida,
Ja vou correndo salvar seu novo endereço, mas sem deletar o anterior. Se bem que podemos nos falar via email no confidencial.
Esta tudo aqui muito fôfo.
Me escreve quando puder para trocarmos nossas dores.
Eu tenho meus altos e baixos. Continuo na luta. Não é fácil, mas temos que acreditar que ainda temos uma missa aqui nesta vida!!
Bonita poesia. Um grande beijo
Lucia

Fernando Palma disse...

Bom encontrar-me aqui. Agradeço pelo prestígio!

Abraços, flores...